terça-feira, 9 de junho de 2009

A "chatisse" da pasta do Meio Ambiente

Poucos dias após completar um ano no cargo, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, está numa berlinda entre deputados da bancada ruralista, outros ministros e o presidente Lula.

Após Minc chamar os grandes proprietários de terra de "vigaristas" durante uma manisfestação, a presidente da CNA (Confederação Nacional de Agricultura), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), fez uma denúncia contra ele na Procuradoria-Geral da República, por crime de responsabilidade. "Mostra-se desqualificado para o cargo que ocupa", disse ela em uma nota.

Minc também acirrou os ânimos com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, por criticar a postura da sua pasta em relação ao agronegócio . "Não é correto tratar o agricultor familiar, que tem 50 hectares e trabalha com a família, da mesma forma que aquele que tem 100 mil hectares e às vezes emprega boias-frias e até trabalhadores em situação análoga à escravidão ", afirmou Minc.

Criticou também outros ministros do governo que, segundo ele, não estariam cumprindo os acordos combinados com o presidente Lula em relação a questões ambientais.

Não tardou para que o próprio presidente o tenha convidado para uma conversa a sós. "O presidente me disse: só peço para você tomar mais cuidado na questão pública em relação aos outros ministros", disse Minc sobre a conversa com Lula. O ministro contou ainda que sente "seu pescocinho na mira" diariamente, mas que se mantém "firmíssimo" na pasta do Meio Ambiente.

É intrigante pensar porque o Ministério do Meio Ambiente vem "criando caso" enquanto a Amazônia vai diminuindo a cada dia. A questão ambiental no Brasil precisa ganhar espaço no debate público. Não se tratam de ambientalistas apocalípticos, mas é inegável que danos ambientais estejam vindo a reboque com o agronegócio.

Por trás das palavras indelicadas de Carlos Minc (leia-se "vigaristas"), há a preocupação da submissão das questões ambientais ao grande capital, que é o que vem ocorrendo no país. Questão essa, que o governo parece tapar os olhos.

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