quarta-feira, 27 de maio de 2009

Lula e a realidade universitária brasileira


Nesta segunda-feira (25) o presidente Luis Inácio Lula da Silva, juntamente com o governador da Bahia Jaques Wagner, inaugurou o primeiro campus da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia), no município de Cachoeira.

O evento teve a presença do presidente do Senegal, Abdoulaye Wade, que veio à Bahia para as comemorações do Dia Internacional da África, e os ministros Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), Juca Ferreira (Cultura), Fernando Haddad (Educação) e Edson dos Santos (Promoção da Igualdade Racial).

Os estudantes da UFRB protestaram com vaias e faixas. "Instalação de Laboratórios" e "Biblioteca Digna" foram algumas das reivindicações da multidão que assistia a cerimônia, mas nem por isso o presidente reconheceu as péssimas condições do sistema de ensino superior no Brasil.

"Agora, o povo de Cachoeira sai de casa, atravessa a rua e se matricula na universidade para amanhã ser doutor”, disse o presidente. Essas palavras, mais do que uma prova de como o sistema educacional, especificamente o universitário, vem sendo tratado com descaso pelos governantes, é também um total falta de respeito com os estudantes do país.

A começar pelo sistema de ingresso nas universidades. "[..]atravessa a rua e se matricula na universidade"? E o vestibular, criticado por unanimidade por psicólogos e pedagogos? Cobram fórmulas que são inúteis para a vida prática e pedem de um terceiranista conhecimentos avançados de Biologia para quem quer cursar Direito. A prova do vestibular, é, de fato, um problema para os pretendentes à graduação.

Quanto a "amanhã ser doutor", creio haver uma enorme distância entre ingressar na univerdade (após aprovado pelo vestibular) e, por baixo, se formar. Apesar da política de cotas, o que garante à população mais carente acesso a 50% das vagas, não se leva em conta que essas pessoas, pobres, terão de comprar livros, transportar-se, pagar pelos materias (dos cadernos às xerox). Isso, imaginando que estão todos de barriga cheia.

Não há dúvida que o atual governo, tanto da Bahia quanto da república, avançou em questões sociais, entre elas a educação. Mas não se pode imprimir, em especial o presidente, tanto simplismo (para não dizer um descuidado otimismo) em questões sérias como a do ensino superior brasileiro.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Muita politicagem, politiquismos e politiqueiros. Muito gogó, muito papel, muita burocracia. Como nos primeiros semestres dos cursos de graduação, sobram teorias e faltam ações que as efetivem, as concretizem. Pouca ação, pouca transparência e pouco caso.

    E o velho clichê me persegue: "E quanto aos direitos dos cidadãos"? Bulhufas!

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